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FAMÍLIA em terapia

CRISE NA FAMÍLIA

No cenário tumultuado da adolescência dos filhos, a família frequentemente se encontra imersa em uma crise, conforme delineado por Zimerman (2004). Este autor aponta para seis fatores subjacentes que contribuem para esse contexto desafiador:

  1. O luto pela percepção da passagem do tempo, que afeta os pais ao testemunhar a transformação de seus filhos em adolescentes.

  2. O luto pela perda da criança querida que está trilhando o caminho da maturidade, gerando sentimentos de nostalgia.

  3. O luto pela não realização dos próprios sonhos e aspirações nos filhos, delineando uma sensação de desapontamento.

  4. A amplificação das preocupações naturais com a crescente liberdade dos adolescentes, levando a inquietações.

  5. Em alguns casos, emerge uma angústia depressiva nos pais, devido ao temor da solidão resultante do distanciamento dos filhos.

  6. A sensação de confusão decorrente da perda do controle sobre o trajeto que os filhos estão seguindo.

 

A vivência dos pais, ao perceberem erros semelhantes aos que cometeram durante sua própria adolescência, agora refletidos em seus filhos, é também uma fonte de desilusão.

 

O adolescente, por sua vez, enfrenta a tarefa complexa de tomar suas próprias decisões e fazer escolhas que podem divergir das dos pais. Esse processo pode gerar conflitos emocionais e distanciamento de figuras antes centrais em sua vida. Nesse contexto, os pais são chamados a aceitar esse afastamento, sem que isso signifique abandono.

 

Na busca por compreender a dinâmica da parentalidade em famílias com adolescentes, é crucial considerar dois aspectos interligados: o ambiente interativo em que ocorrem os comportamentos e a circularidade causal presente nessa interação; além disso, enfatizar a reflexão em detrimento da busca por "fórmulas", expandindo assim as oportunidades de mudança no comportamento parental.

 

Ambientes que permitem contradições e singularidades tendem a propiciar aos adolescentes a construção de uma autoimagem sólida e a capacidade de estabelecer relações íntimas, em contrapartida àqueles ambientes rigorosos e punitivos, que podem inibir essas capacidades.

POSSÍVEIS EFEITOS DA PSICOTERAPIA NO ÂMBITO FAMILIAR 

Nesse contexto, a

Psicologia Acolher

emerge como um recurso valioso, auxiliando tanto os pais a lidar com seus sentimentos de luto, insegurança e perda de controle, quanto os adolescentes a navegar pelas transições e desafios da fase, promovendo um entendimento mais profundo e uma melhoria na dinâmica familiar.

Diante dos desafios emocionais e conflitos que surgem nessa fase de transição, os pais muitas vezes enfrentam sentimentos de desconcerto, perda de controle e até mesmo angústia perante a distância que os filhos começam a estabelecer.

 

Através da psicoterapia, os pais podem encontrar um espaço seguro para explorar e compreender suas próprias emoções relacionadas a essa fase. O terapeuta oferece uma abordagem atenta, permitindo que eles expressem suas preocupações, medos e sentimentos de luto diante das mudanças que ocorrem na relação com seus filhos. Ao trabalhar com essas emoções, os pais podem começar a lidar de maneira mais saudável com suas próprias expectativas, frustrações e anseios não realizados.

 

Além disso, a psicoterapia também auxilia os pais a desenvolverem uma compreensão mais profunda das dinâmicas familiares que podem estar influenciando a interação com seus filhos adolescentes. Isso envolve explorar padrões de comunicação, crenças subjacentes e formas de lidar com conflitos. Ao ganhar essa perspectiva, os pais podem ajustar suas abordagens e encontrar maneiras mais eficazes de se relacionar com os adolescentes, promovendo um ambiente de apoio e compreensão mútua.

 

No que diz respeito aos próprios adolescentes, a psicoterapia psicanalítica oferece um espaço seguro para eles explorarem seus sentimentos, conflitos internos e desafios emocionais. Através da terapia, os adolescentes podem ganhar maior clareza sobre sua identidade em formação, aprender a lidar com pressões externas e desenvolver estratégias saudáveis para expressar suas necessidades e emoções.

 

Além disso, a terapia também pode servir como um espaço onde pais e filhos podem trabalhar juntos para melhorar a comunicação e resolver conflitos. Ao facilitar a abertura do diálogo e a compreensão mútua, a psicoterapia pode ajudar a construir pontes entre as gerações, permitindo que a família enfrente os desafios da adolescência de forma mais unificada.

 

Enfim, a psicoterapia oferece um contexto de apoio, reflexão e entendimento que pode ser extremamente benéfico para famílias lidando com a crise provocada pela adolescência dos filhos. Ela promove a transformação de conflitos e desafios em oportunidades de crescimento pessoal e melhoria dos relacionamentos familiares, ajudando a criar um ambiente mais saudável e harmonioso para todos os membros da família.

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